domingo, 10 de março de 2013

Fantasporto, quando o fim é apenas um princípio

Hoje ainda há filmes no Rivoli - os premiados -, mas o Fantasporto 2013 terminou ontem para os redactores do Matinée Portuense. Entramos, portanto, em fase de balanço final e de tratamento do material recolhido durante o certame. Entre críticas, entrevistas e outras brincadeiras cinéfilas, temos pela frente semanas de publicações. O final do Fantas coloca-nos, assim, uma questão importantíssima: o que fazer - e como tratar - a quantidade absurda de informação à nossa disposição?


Mas antes, a semana. E decidir quem - e quando - veria determinado filme. E andar atrás de convidados a pedir entrevistas. E meter conversa, assim quase como quem não quer a coisa, com aquela instituição da crítica britânica que dá pelo nome de Kim Newman. E ver aquele objecto-Cinema, verdadeiramente impressionante na sua execução, chamado VANISHING WAVES [Kristina Buozyte, 2012]. Se António de Macedo já dizia do Cinema tratar-se de uma «fábrica de sonhos» - a expressão que, provavelmente, mais vezes fomos ouvindo e repetindo ao longo do festival -, o Fantas representa para nós, escribas deste espaço, essa tal dimensão fantástica. Até porque somos gajos do Porto - cairá mal a alguém escrever-se "gajo" por aqui? -, o que torna a ocasião particularmente especial para nós.

Quanto ao material, o entre-sessões foi-nos dando algumas pistas quanto ao seu possível tratamento. Mas ficaram algumas dúvidas. Despachamos os filmes da Orient Express, uma das secções mais interessantes, de uma só vez, ou encaixamo-los noutros blocos temáticos? Que entrevista editar e publicar primeiro? O que fazer com umas quantas fitas que dividiram a nossa opinião? Até agora não temos nenhuma resposta definitiva a essas questões. A única certeza é que tudo começará hoje - no fim - com estas linhas.

Ontem deixamos para trás, pela última vez nesta semana, o Rivoli. Custa dizer adeus ao Fantas, aos amigos - velhos e novos -, ao ritmo intenso com que se vive a cinefilia durante aqueles dias. O discurso de encerramento levantava novamente a interrogação sobre o futuro do Fantasporto. Eu, como portuense e amante do Cinema, quero acreditar que para o ano andaremos outra vez pelos corredores do Rivoli, reencontrando caras conhecidas no 34º Fantas. Até porque haverá convidados novos para perseguir e filmes certamente extraordinários para descobrir naqueles auditórios que nos são tão familiares.

Hoje ainda há filmes no Rivoli, mas nenhum de nós os irá ver. Chegou a altura de colocar mãos ao trabalho e encarar a fera de frente. A todos os que, de alguma maneira, nos facilitaram o Fantas, o nosso mais sincero obrigado. Até para o ano, pessoal. Nós não nos esqueceremos de lá estar.

António Tavares de Figueiredo

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