sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Blitz (2011)

É complicado digerir este BLITZ. Não que seja de premissa complicada ou sequer de enredo particularmente convulso, mas o ritmo e a violência, muitas vezes gráfica e gratuita, não ajudam à tarefa. Aqui evita-se perder tempo em explicações e miudezas - o que tem de acontecer, acontece, e depressa. O que significa pancadaria e adrenalina quase sem limites, ao som de uma banda sonora insistente e penetrante, capaz de mexer com o sistema nervoso e pôr qualquer um em polvorosa. Jason Statham parece ter descoberto a fórmula que melhor se lhe adequa e mais satisfaz os seus espectadores: acção frenética, sem lugar para argumentos coerentes e coesos.

Blitz é o nome do assassino lá do burgo. Pode nem ser grande coisa, mas mostra-se o suficiente para deixar aterrorizados os polícias da área, vítimas de eleição do maníaco. A solução é simples: Brant, um super-polícia, homem pouco sensível a regras e protocolos. É o regresso à mentalidade do custe o que custar, dos heróis monossilábicos, homens da lei sem lei, prontos a descarregar a testosterona no primeiro criminoso idiota o suficiente para cruzar o seu caminho. Daí se percebe o apêndice que título ganhou na tradução portuguesa - Sem Remorsos - sintomático do esbatimento da linha que separa o certo do errado. Pode não ser complicado separar os heróis do vilão, mas é difícil identificarmo-nos com as acções de ambos. O código moral das personagens surge corrompido pelo crime que as rodeia, e, mais uma vez, representa-se a ténua fronteira entre o Bem e o Mal numa perseguição entre justiceiro e criminoso. Nada de novo, portanto.


Título Original: Blitz (EUA/França/Reino Unido, 2011)
Realizador: Elliott Lester
Argumento: Nathan Parker (baseado na obra de Ken Bruen)
Intérpretes: Jason Statham, Paddy Considine, Aidan Gillen, Zawe Ashton, David Morrissey, Luke Evans
Música: Ilan Eshkeri
Fotografia: Rob Hardy
Género: Crime, Thriller
Duração: 97 minutos



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