quinta-feira, 3 de maio de 2012

Insidious (2010)

Cresci com filmes de terror. Também é verdade que, salvo raras excepções, cresci a vê-los tornarem-se cada vez piores com o passar do tempo. Longe vão os tempos do terror puro e duro, capaz de tirar o sono aos mais novos durante semanas e fazer os mais corajosos pensar duas vezes antes de decidirem ver outra produção do género. O que a malta quer hoje em dia é terror leve e inconsequente, sem grandes sobressaltos nem sustos.

Insidious não foge muito a essa norma. Nem seria esse o seu objectivo, a avaliar pela forma que foi pensado. Estórias sobre assombrações há muito que não são novidade, e, infelizmente, o tratamento dado a esta não foi o melhor possível. A realização de James Wan também terá ficado longe da ideal, juntando a um início pouco cativante um desenvolvimento frouxo, com uma acção demasiado linear e previsível. No capítulo artístico a conversa não é muito diferente. Patrick Wilson e Rose Byrne por esta altura dispensarão quaisquer apresentações (mais ele do que ela), mas não foram talhados para estas andanças. Se a um argumento fraco somarmos uma realização inadequada e um par de protagonistas incapazes de agarrar a fita sobra pouco do filme para se gostar. É esse o maior problema de Insidious.

A sensação que fica é que Insidious poderia ter resultado melhor como um filme de terror independente, longe dos grandes estúdios e orçamentos. É irónico que um filme de terror sobre o sono seja incapaz de me tirar o meu. Mas parece que é esse o caminho deste novo cinema de terror. As insónias, essas, guardo para Tim Curry e a sua maquilhagem de palhaço - isso sim, meus caros, é terror!


Título Original: Insidious (EUA/Canadá, 2010)
Realizador: James Wan
Argumento: Leigh Whannell
Intérpretes: Patrick Wilson, Rose Byrne, Ty Simpkins,
Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson
Música: Joseph Bishara
Fotografia: David M. Brewer, John R. Leonetti
Género: Terror, Thriller
Duração: 103 minutos



 

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